
Alan Cícero
29 de set. de 2024
Zeno fica diante da sua tribo, e é julgado pelo seu povo.
Capítulo 3 - O julgamento e a condenação de Zeno
Usando passos furtivos e o anel que recebera de sua mestra. Ele vai pulando de galho em galho com destino a um acampamento que viu de longe. Um homem de meia idade, cabelo preto, uma espada curta em sua cintura e o corpo forte. Sua altura beira 1,85m. Incrível que os galhos não quebram depois do pulo, já que tinha 90 kg. O segredo era magia das trevas, controle da gravidade.
Ele se aproxima ao máximo, para e olha uma comoção do povo daquele acampamento. Ele acertou em cheio, era os Níbiras. Ninguém o detectou com magia, por causa do anel em seu dedo. Esperando achar o que procura ele decide invadir o terreno dos Níbiras, sabendo que esta era sua sentença de morte se for pego.
Durante a comoção era ideal para ele agir, ele presume. Entrar e sair será fácil, afirma. Mas antes de ir ele fica curioso para saber o que estava acontecendo.
Ele viu um garoto dentro do círculo do povo, de cabeça baixa, Alex ficou um pouco confuso. —Será que é problema de visão? Ele não sabe dizer, mas percebeu que a cor do cabelo do garoto era cinza claro.
Ele resolveu: —Vou invadir rápido e continuarei acompanhando de perto o que está acontecendo.
Ele então desce da árvore e rapidamente invade o acampamento. Indo nas cabanas que estão longe da reunião dos Níbiras, ele vai procurar aquela que possui itens de maior valor, isto era indício de que o que procura está lá.
Ele olha rapidamente para as cabanas e mais ao centro norte estava lá, a cabana maior e mais bela. —Esta deve ser a cabana do líder. Ele entra e vê um castiçal de ouro com uma vela somente, mais um quadro de um ser de luz, sem rosto, com um tridente fincado em uma besta e com a outra mão usando uma corrente brilhante no pescoço dela para prendê-la.
A cama do líder se encontra mais a dentro e ele vai passando olhando pelas mesas, mesas de madeira sólida, e que se podia desmontar facilmente, uma engenharia bem feita para aqueles que a todo momento estavam vagueando pelo continente.
Alex olha as gavetas olha o baú onde o castiçal estava apoiado e nada, e então ele resolve olhar debaixo da cama, não havia nada lá se não roupa suja e calçados. E então, questiona ele, onde eu poderia procurar mais, de frente para cama, ele pensa:— Já estou demorando o bastante, terei que sair agora, mas vou olhar para debaixo do colchão, e desisto.
Levantando o colchão, ele vê uma bolsa de couro, bem no canto do colchão, no lado oposto da entrada da cabana. Alex pega e abre a bolsa e está lá, a bússola do deserto.
Rapidamente ele sai da cabana e volta para floresta, sem ser notado.
…
Zeno é levado pelos instrutores até o acampamento e Baz pede para que todos se reúnam no local em que os guerreiros faziam suas refeições, subindo a mesa, Baz diz ao aldeões.
—Espero que todos não fiquem tristes ou percam as esperanças.
Todos começam a cochichar uns para os outros.
—Realmente ele era uma pessoa vã… Outro diz:
—O que aconteceu para ele nascer com os cabelos próximos de branco? Para que ele serve então?
Baz interrompe o murmuro e continua.
—Sonhamos demais, me sinto envergonhado. Mas não, ele não é uma pessoa vã. Quem dera se fosse.
Todos:
—O quê? Como assim? Ele pode usar magia então, qual o problema.
—Na verdade, para a nossa infelicidade, ele é usuário de magia das trevas.
A multidão:
—Não acredito.
Uns dizíam: Não pode ser, um mago das trevas parido por um casal de Níbiras? Outros: —Isso é contra lógica, o cabelo dele não é escuro, e nem preto. Ele nasceu de um Níbira!!!
E o caos se instalou naquele lugar. Com ajuda de alguns, o líder, Bell subiu na mesa e pediu para que todos se acalmassem.
Ele começou a dizer:
—O que temos que fazer é expulsar este herege do nosso meio, pois certamente se tornará um peão de Dev-rah para nos destruir. O porquê do nascimento de um Nìbira sendo usuário de magia das trevas é algo nunca mencionado por qualquer um do nosso povo. Nem os missionários pregaram tal fato.
—Vamos procurar saber o que aconteceu. Marduk continua na tribo, e vamos investigar o que pode ter acontecido com Semiramis, se houve traição. Que ela deu a luz a ele disto sou testemunha.
—Leve-o Baz, você e os instrutores, pode deixá-lo bem longe, no mais profundo da floresta.
Semiramis estava envergonhada e chorando, Marduk tenta confortá-la dizendo:
—Eu confio em você. Esquece Zeno, ele não é um de nós.
—Mas é só uma criança.
—Não vamos criar uma besta para depois nos engolir, você tem que ser forte e aceitar, este é o destino, esta é a vontade de Eassed.
Escoltado Zeno é levado, com os olhos vendados. Ele conseguia ouvir as pessoas:
—Ele é um discípulo de Dev-rah, se não fizermos nada ele se levantará contra nós… Destruído por dentro esta é a tática de Dev-rah, esse garoto tem que morrer… Nós temos que avisar as outras tribos sobre o que aconteceu conosco, talvez aconteça com eles também… Desapareça seu herege… Que um animal feroz o leve para longe de nós… E mais e mais insultos eram lançados contra Zeno.
Ele não chorou aos berros como uma criança, mas silenciosamente abaixou a cabeça e lágrimas saíam do seu rosto, ele esperou, esperou mesmo que tudo iria ficar bem e ele poderia viver no meio da sua tribo, sendo amado e ovacionado em suas batalhas. Isto era um sonho de criança, mas a realidade não é um conto de fantasia, este mundo pode ter magia, mas é o mesmo que no seu outro mundo em detalhes sociais.
—Eu quero sumir… Quero ir para longe daqui… Será que de novo eu morrerei… Sim… morrer…
Ele se deixou levar pelos os mais habilidosos do teu povo. Com os olhos vendados ouvia passos de galhos quebrando, uma hora havia um desvio, outra hora para pular, rochas deve ser, pensou.
Zeno sabia que já estava anoitecendo, pois o pouco da claridade que atravessava a venda sumiu. E então pararam. Baz:
—Agora é a sua ida, herege, que Eassed não permita que você cresça e se revolte contra nós.
Zeno pensou:
—Revoltar é pouco para o que estou passando…
—Mas nós não ficaremos parados pensando que estaremos lá para caso você vire um adulto e venha nos atacar. Nós não estaremos lá de agora em diante.
—Se você for realmente descendente de puros Níbiras, você é uma aberração. Vamos.
Então eles vão embora, e Zeno olha para o céu, e só vê parte dele, as árvores ocupavam a maior parte da vista. Enxugando as lágrimas, cessando de chorar, ele olha para um lado e para o outro e começa a andar.
Ele tem a ideia de acender uma tocha com fogo, mas sua magia era poderosa demais para usar, e se houvesse luz, ele seria um alvo fácil. Ele encontra um buraco grande, que cabe um corpo, e assim se esconde até o amanhecer. Quando seus olhos estavam quase adormecendo ele ouvi vozes dizendo:
—Você é um tolo.
…
Quando se podia ver claridade Zeno resolve sair do buraco e procurar água e alimento. Ele anda pela floresta, mas marca as árvores com um sinal, para saber se está dando voltas. Ele vai andando, com seu corpo frágil, de uma criança de 7 anos. Se encontrasse um monstro agora seria fatal, mas ele continua.
—Preciso de água. Diz ele. E parando para pensar um pouco, em um raciocínio rápido deduz que deveria parar em cada ponto e tentar escutar o movimento das águas de um rio, e assim ele faz.
A cada parada ele fecha os olhos e escuta, desta maneira ele pode ouvir som de animais, das árvores balançando e até pegadas quebrando galhos por onde passava. É claro que ele optou em fugir das pegadas que ouvia, até que chegou em um ponto que deu para ouvir águas.
Agora é só seguir o som, disse ele, e depois procurarei um animal para servir de almoço.
Até que enfim, águas em abundância, um rio largo passava pela floresta. Das duas uma, ou ele encontra uma aldeia no fim do rio, ou ele encontraria uma cachoeira. Mas agora não era o momento, pois precisava muito repor suas forças. Ele lembra da luta com o goblin e o quanto seu corpo doía.
Ele bebe da água e sai para caçar algum animal. Ele encontra um cervo mais para o lado da floresta, ele pensa, muito grande, uma águia voando, é melhor um herbívoro e no sacudir do som ele vê uma lebre, isto é ideal.
Ele pega uma pedra e segue sorrateiramente e mirando na cabeça da lebre atira e acerta, a lebre fica tonta e ele pega a lebre e quebra o pescoço dela, levando-a para perto do rio. Zeno despela a lebre e põe para assar próximo a uma fogueira que fizera.
Depois da refeição, Zeno partiu para uma direção do rio, a que levemente fazia uma descida, lado direito da corrente do rio. Ele ficou andando a manhã toda e não chegou no local onde o rio deságua.
Durante a caminhada, Zeno ouve pegadas rápidas vindo ao longe, ele começa a acelerar os passos. De acordo com o barulho era um animal grande. Ele corre o mais rápido que pode. —Se eu pudesse usar magia de fortalecimento, lamenta pela primeira vez não poder usar magia da luz.
Zeno começa a ver a descida das águas. Aproximando ele vê, uma enorme cachoeira, não dá para ele descer. Neste momento os barulhos do animal revela ao saltar da floresta, um urso negro enorme.
Encurralado pelo animal, Zeno resolve pular de pedra em pedra até do outro lado do rio. Ele pula uma pedra, se equilibra, pula outra pedra. No meio da travessa ele ouvi um outro ser.
—Garoto você é corajoso, mas tome cuidado, eu vou lidar com o urso.
Zeno pensa — quem pode ser, um Níbira que me seguiu? Não posso olhar para trás agora, e não vou parar.
O urso vira em direção do homem que apareceu naquele momento. O urso começa a avançar e o homem pula para o lado e executa magia negra, Ignis Pila, bola de fogo sai da sua mão e acerta o peito do urso, que perde o equilíbrio e fica da forma quadrúpede.
Zeno atravessa o outro lado e vê o homem de meia idade, cabelo preto lutando contra o urso, ele fica curioso pois não era um Níbira. Ele pensou — devo fugir? devo aguardar a batalha e tentar conversar com o homem?
Ele olha ao redor, a frente o rio, do lado cachoeira e atrás uma floresta densa, ele não sabe o que fazer, mas prefere conversar com o homem, é a coisa mais sensata a se fazer.
O homem evita usar magia muito forte, por causa da floresta, vai lançando bola de fogo até que o urso fica sem força para ficar de pé. Com o urso debilitado, o homem pega sua espada e atravessao peito do monstro, finalizando-o.
O misterioso homem fala na altura que Zeno pudesse ouvir.
—Está terminado garoto, veja eu vou guardar minha espada, não tenho pretensão em te ameaçar, só quero conversar.
Zeno fica pensativo, coçando a cabeça para saber se era uma boa ideia conversar com alguém estranho. Mas lembra que estar sozinho nesta floresta também não é uma boa.
—Está bem, podemos conversar, aceita Zeno.
O homem dá um salto alto e atravessa o rio sem dificuldade.
—Primeiramente, vamos fazer uma fogueira e caçar algo para comer, eu vi você comendo, mas eu não comi nada ainda.
—Então você está me seguindo.
—Sim, desde do assentamento, fiquei curioso com o que estava acontecendo, vi você, a cor do seu cabelo e fiquei mais ainda. Me ajuda a procurar algo para comer e então nós conversaremos.